O mercado de trabalho está cada vez mais exigente. O profissional que não investe em si mesmo dificilmente vai conseguir se destacar e ganhar espaço nesse cenário competitivo. Por isso, fazer uma faculdade e obter o diploma de ensino superior é um dos primeiros passos para alavancar sua carreira e começar a traçar um futuro promissor.

O problema é que, hoje em dia, boas faculdades exigem um alto investimento, que muitas vezes não cabe no bolso do estudante. Para esses casos, você pode contar com uma bolsa de estudo ou um financiamento estudantil que vai permitir pagar o curso superior em condições favoráveis somente depois da formatura.

Muitas pessoas, porém, não sabem como funcionam esses programas de apoio ao estudante e acabam perdendo a oportunidade de estudar e alcançar o sonho de ter um diploma.

Pensando nisso, resolvemos destrinchar a seguir tudo sobre o financiamento estudantil que você precisa saber. Confira!

Pense no ensino superior como um investimento

Diante da dificuldade em ser aprovado em uma universidade pública, muitos estudantes precisam escolher o curso superior em uma instituição privada. O problema é que boas faculdades têm um preço bastante elevado, e isso já desestimula os sonhos de muitas pessoas.

O custo do ensino superior pode variar entre R$ 30 mil e R$ 100 mil, levando em conta a média de 4 anos para se formar. É um gasto simplesmente inimaginável para algumas pessoas. Daí vem a necessidade de buscar financiamentos ou bolsas que ajudem a arcar com esse valor sem grandes preocupações.

Um dos receios em relação ao financiamento estudantil está no fato de que o estudante não sabe se vai conseguir quitar o valor — acrescido de juros — depois de se formar. Diante das incertezas do mercado de trabalho, nada lhe garante que o futuro será promissor, e a última coisa que ele espera são mais dívidas.

Essas incertezas acabam desencorajando alguns estudantes, impedindo-os de seguir o sonho de se tornarem grandes profissionais. Mas você não pode deixar que suas dúvidas e medos sejam um obstáculo ao sucesso!

É preciso ter em mente que o curso superior nada mais é que um investimento. É uma forma de se aprimorar e garantir que grandes oportunidades não sejam perdidas no futuro.

Como todo investimento, ele exige que você faça alguns sacrifícios, seja em questões financeiras ou físicas. Para que a faculdade gere bons rendimentos, é preciso se dedicar de corpo e alma ao curso escolhido.

Se você for um bom aluno e conseguir se destacar, poderá criar uma rede de contatos com colegas e professores desde cedo. A indicação desses contatos no mercado de trabalho pode garantir um bom emprego logo que você se formar.

Além disso, ao buscar oportunidades o quanto antes, seja em estágios profissionalizantes, projetos de pesquisa ou atividades extracurriculares, você também pode garantir uma renda extra que vai ajudar na quitação do financiamento.

Lembre-se de que o ensino superior é o melhor momento para você começar seu plano de carreira e dar início à sua ascensão profissional. Não desperdice essa oportunidade. Seja um bom aluno e logo você perceberá que esse foi um investimento que valeu a pena!

Entenda os programas do governo para estudantes

Existem diversas formas de contratar um crédito universitário ou obter bolsas de estudo para o ensino superior. Algumas opções são oferecidas pelas próprias faculdades, mas há também o financiamento em instituições financeiras privadas e programas do governo.

O financiamento privado é um risco para os estudantes de baixa renda, pois seus juros costumam ser muito altos. Nesses casos, a melhor opção são os programas do governo.

Atualmente, o FIES e o Prouni são os dois principais programas de apoio ao estudante no Brasil, mas existem também alternativas regionais que variam de estado para estado. Vamos listar a seguir as características e funcionamento de cada um desses programas:

FIES

Criado em 1999 pelo MEC (Ministério da Educação), o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) tem como objetivo beneficiar alunos de baixa renda matriculados em faculdades privadas por meio do financiamento das mensalidades dos cursos de graduação.

Sua principal vantagem está na cobrança de juros baixíssimos. No segundo semestre de 2017, a taxa de juros do FIES foi de 6,5% ao ano, ou seja, baseia-se praticamente apenas no valor da inflação. Se for comparado com qualquer financiamento estudantil privado, o FIES quase não possui encargos.

Como se inscrever no FIES?

Para conseguir o FIES, o estudante deverá se inscrever no site do programa. Na primeira etapa, é necessário preencher uma ficha cadastral com todos os seus dados. Depois, ele receberá acesso ao sistema, no qual deverá informar mais alguns dados e o curso que deseja fazer, junto com a instituição de ensino.

É preciso ressaltar aqui que não são todas as faculdades que aceitam o FIES. O programa financia somente os cursos de instituições privadas, não gratuitos, presenciais e com conceito superior ou igual a 3 no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).

Portanto, você deve verificar se a faculdade de seu interesse participa do programa. Se a resposta for sim, o próximo passo é validar as informações do cadastro na Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA), localizada na própria instituição de ensino, dentro do prazo de 10 dias após a conclusão da inscrição.

Por fim, você vai receber um documento de regularidade de inscrição que deverá ser levado até um agente financeiro do FIES (Caixa Econômica Federal ou Banco do Brasil) para formalizar a contratação do financiamento.

Quais são os critérios de seleção?

Como já mencionamos, o foco do FIES são os estudantes de baixa renda. Logo, pessoas com renda bruta familiar acima de 20 salários mínimos não estão aptas para participar do programa.

Além disso, a participação no ENEM também é obrigatória. O estudante deve ter nota média de, no mínimo, 450 pontos na prova e não ter zerado a redação.

Apesar de os critérios do ENEM parecerem baixos, devemos lembrar que essa é a exigência mínima para poder fazer parte da seleção do FIES. No fim das contas, a distribuição do programa se dará com base nas notas dos estudantes, de forma que somente aqueles que conseguirem uma boa colocação poderão obter o financiamento.

Sua dedicação deve começar desde cedo para conseguir ser selecionado. Foque seus estudos para conseguir uma boa nota no ENEM e garantir sua vaga no FIES. Lembre-se de que a redação também é importante, pois ela é o primeiro critério de desempate na seleção.

Quais são os limites do financiamento?

Antes de mais nada, vamos deixar claro aqui que não existe um percentual mínimo ou máximo predeterminado para o financiamento pelo FIES. O que existe é um cálculo para determinar qual será esse percentual, baseando-se no impacto que o valor do curso superior causa na renda familiar per capita do estudante.

Quanto maior for esse impacto, maior será o percentual do financiamento. As faculdades que participam do FIES devem dar desconto de, pelo menos, 5% na mensalidade do estudante inscrito no programa. Esse desconto obviamente é considerado para o cálculo mencionado acima.

Como funciona o pagamento do FIES?

O pagamento do FIES é composto por 3 fases: utilização, carência e amortização.

A fase de utilização coincide com a duração do curso escolhido. Logo, se o seu curso é composto por 8 períodos de 6 meses cada, a fase terá a duração de 4 anos.

Durante esse momento, o estudante deverá arcar apenas com o pagamento dos juros do financiamento, que não poderá exceder R$ 150 a cada trimestre. O valor que for superior a isso será acumulado para o pagamento na fase final.

A utilização pode ser estendida por até 2 semestres consecutivos caso o estudante não tenha concluído o curso dentro do tempo previsto.

A fase de carência começa imediatamente depois da formatura. Ela é composta por 18 meses que não alteram as regras da fase anterior. Ou seja, o valor máximo a ser pago pelo beneficiário é de 150 reais a cada três meses.

Esse período de carência é concedido para que o estudante consiga encontrar um emprego e economizar dinheiro o suficiente para começar a quitar o financiamento.

Ao final desses 18 meses, inicia-se a fase de amortização, e é aqui que se inicia o pagamento do financiamento. O valor total, somado com os juros não pagos, poderá ser divido em até 3 vezes a duração do curso.

Voltando ao exemplo anterior, caso seu curso tenha duração de 4 anos, o valor do financiamento poderá ser dividido em até 12 anos (4 x 3 = 12). Ou seja, você poderá pagar o financiamento em 144 parcelas mensais.

Prouni

Ao contrário do FIES — que funciona como um crédito estudantil, no qual o beneficiário deverá retornar o valor ao governo mais tarde —, o Programa Universidade para Todos (Prouni) oferece bolsas aos estudantes, que podem ser integrais ou parciais (de 50%, nesse caso).

Essas bolsas funcionam como descontos em faculdades, de modo que o estudante não precisa retornar esse valor ao governo posteriormente. Logo, não há cobrança de juros ou qualquer outro encargo.

Como se inscrever no Prouni?

O programa acontece 2 vezes por ano: uma no primeiro semestre e outra no segundo.

O processo seletivo do Prouni ocorre em uma única etapa. A inscrição deve ser feita exclusivamente pelo site do programa, no qual o candidato deverá informar seu número de inscrição e senha do ENEM daquele ano. Devemos deixar claro aqui que a inscrição com os dados de exames dos anos anteriores não é válida.

O estudante cadastrado no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) deverá usar a mesma senha para se inscrever no site do Prouni.

Feita a inscrição, você deverá escolher até duas opções de instituições, cursos e turnos em ordem de preferência. Vale lembrar que nem todas as faculdades participam do Prouni, portanto, você deve observar quais são as bolsas disponíveis no sistema de acordo com o seu perfil.

É permitido alterar essas preferências enquanto durar o período de inscrição, mas, assim que ele se encerrar, será considerada como válida a última opção feita.

A pré-seleção dos aprovados é realizada assim que a inscrição se encerra. Essa seleção se baseia na ordem de preferência escolhida. Logo, se a sua primeira opção de curso não estiver mais disponível, você ainda poderá ser selecionado para a segunda.

Quais são os critérios de seleção?

Para se inscrever, o estudante não pode ter diploma de curso superior e, assim como ocorre no FIES, o requisito básico é a participação no ENEM com nota mínima de 450 pontos na prova e acima de zero na redação.

O Prouni é um programa do governo para estudantes de baixa renda. Logo, a renda bruta mensal da família do candidato deve ser de até 1,5 salário mínimo por pessoa para concorrer às bolsas integrais. Já para as bolsas parciais (50%), a renda bruta deve ser de até 3 salários mínimos por pessoa.

É preciso, ainda, satisfazer pelo menos um dos requisitos abaixo:

  • ter cursado o Ensino Médio em escola pública ou em escola privada na condição de bolsista integral;
  • ser portador de necessidades especiais;
  • ser professor da escola pública e concorrer a bolsas nos cursos de licenciatura.

Vale relembrar aqui que, apesar de as exigências de notas no ENEM serem baixas, essa é a exigência mínima. Ao final do prazo de inscrição, os candidatos serão classificados de acordo com suas notas. Logo, somente aqueles que estiverem mais bem-colocados vão conseguir suas bolsas. Por isso, nunca é demais repetir: estude muito para o ENEM!

Fui selecionado, e agora?

O candidato selecionado pelo Prouni deve ir até a secretária da faculdade em que foi aprovado e apresentar os documentos necessários para comprovar as informações fornecidas no momento da sua inscrição.

Tais informações serão checadas para verificar se está tudo de acordo com as regras do programa, o estudante deverá assinar um termo de concessão e, assim, vai receber sua bolsa.

Apesar de a bolsa ser válida durante todo o curso superior, é importante ressaltar que, para se manter no programa, é preciso se esforçar. O estudante que não for aprovado em pelo menos 75% das matérias de cada período letivo vai perder seu benefício.

Por fim, caso o estudante consiga a bolsa parcial do Prouni, ele ainda poderá se candidatar ao FIES para financiar o restante do valor. Os dois programas não são excludentes. Pelo contrário, eles podem se complementar.

Programas regionais

Além dos programas oferecidos pelo governo federal, existem também outros programas regionais de apoio ao estudante. Um exemplo é o Nossa Bolsa, no estado do Espírito Santo.

Custeado com recursos do estado, o programa oferece bolsas de estudo integrais ou parciais (50%) para estudantes das instituições privadas de ensino superior no ES, desde que estejam cadastradas no Nossa Bolsa.

Para participar, os alunos devem ter cursado o Ensino Fundamental II e o Ensino Médio integralmente em escolas públicas no estado, e a renda familiar bruta deve ser de até 1,5 salário mínimo por pessoa para a bolsa integral e de até 3 salários mínimos para a parcial.

As inscrições devem ser feitas pelo próprio site do programa, com o número de cadastro e senha do ENEM. O estudante também deverá apresentar o documento de identidade e CPF, além de preencher as informações exigidas.

Se o candidato for selecionado, o valor da bolsa vai depender de uma avaliação feita pelos técnicos da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES). Caso receba a bolsa parcial, o aluno poderá requerer a sua conversão para integral posteriormente, desde que apresente justificativa viável e documentos comprovando a alteração da renda familiar.

O Nossa Bolsa não pode ser acumulado com outros programas do governo, nem mesmo com FIES, pois as faculdades participantes oferecem um desconto especial na mensalidade dos cursos. Assim, o financiamento estudantil estaria repassando para a instituição um valor maior que o combinado pelo programa, o que não seria justo.

Conheça as alternativas de financiamento estudantil privado

Com os problemas advindos da crise econômica, os programas do governo estão oferecendo cada vez menos vagas, enquanto mais estudantes estão competindo por elas. Com isso, muitos acabam ficando sem bolsa e não conseguem ser selecionados para o FIES. A única alternativa nesses casos é partir para um financiamento estudantil privado.

Os programas de apoio ao estudante não dependem exclusivamente do governo. É possível, por exemplo, obter um financiamento estudantil em um banco ou uma bolsa na própria faculdade.

Existem, ainda, alguns programas privados, como é o caso do PEP (Parcelamento Estudantil Privado), que permite ao estudante pagar até 70% do curso depois de formado, com juros não muito elevados.

Os programas privados de financiamento estão cada vez mais populares diante da dificuldade em conseguir o FIES e da quantidade de alunos que acabam desistindo do curso superior por não conseguir quitar o valor das mensalidades.

Cabe a você pesquisar quais são os programas mais famosos na sua cidade e que mais atendem às suas necessidades. É interessante também conversar com a própria faculdade para verificar se ela não apresenta opções diferenciadas de pagamento.

Caso escolha o financiamento por instituições bancárias, tome cuidado apenas com os juros elevados que muitas delas costumam cobrar. A maioria dos bancos exige que você abra uma conta-corrente para obter o financiamento, além de ser obrigatório apresentar um fiador.

Por fim, não deixe de conferir as opções que as próprias faculdades podem oferecer aos estudantes. Se quiser saber um pouco sobre as bolsas concedidas pela UCL, acesse o nosso site.

Procure por alternativas na própria faculdade

O estudante que busca um financiamento estudantil deve ter em mente que ele não pode passar os anos do curso sem se preocupar com dinheiro ou com o próprio aprendizado.

O objetivo do financiamento não é permitir que você curta a faculdade de forma inconsequente. Pelo contrário: é uma forma de garantir que você tenha uma boa educação e consiga alavancar sua carreira profissional.

Lembre-se do que falamos no início deste post: o ensino superior é um investimento e, por isso, ele deve ser levado a sério.

Quando falamos em levar o curso a sério, não se trata apenas da educação mas também das oportunidades que você deve aproveitar. Isso inclui formas de gerar uma renda extra e obter bolsas e descontos da própria faculdade. Vamos listar alguns exemplos a seguir:

Monitorias

Monitores são os alunos que se destacam em uma determinada matéria do curso e são selecionados para ajudar outros estudantes no período posterior.

Geralmente as faculdades oferecem bolsas para que os monitores complementem as aulas dos professores e tire as dúvidas dos outros alunos. É uma forma de ganhar um dinheiro ou desconto no curso superior, além de criar contatos e se aprofundar nas matérias para as quais for selecionado.

Estágios

O estágio profissionalizante é uma das partes mais importantes do curso superior. É nele que você vai colocar em prática tudo que aprendeu na teoria.

Além de ser essencial para aprimorar seu aprendizado, o estágio também é uma excelente fonte de renda, pois, na maioria das vezes, são remunerados.

Não pense em gastar seu salário de estagiário apenas com coisas supérfluas ou diversão. Você deve criar uma noção de economia e investimento desde cedo para que, no futuro, você já tenha um fundo de reserva que ajudará a quitar o financiamento estudantil.

Renda extra

Além dos dois exemplos mais comuns de gerar renda na faculdade, existem ainda diversos outros meios de conseguir um dinheirinho com suas habilidades e aptidões.

Por exemplo, se você é fluente em inglês ou bom em qualquer matéria específica, tente dar aulas particulares para alunos do Ensino Médio. Ou, se tem facilidade com normas técnicas, ofereça um serviço de digitação e formatação para seus colegas de faculdade.

Na própria faculdade, você pode investir em um projeto de pesquisa e, quem sabe, conseguir uma bolsa para financiá-lo. Além disso, essa atitude pode abrir as portas para a pós-graduação, mestrado e doutorado depois da sua formatura.

Oportunidades de fazer dinheiro não faltam, resta a você correr atrás delas. A faculdade é um momento não apenas de aprender mas também de empreender. Você pode transformar uma boa ideia em algo muito grande, que vai garantir dinheiro, sucesso e satisfação profissional no futuro.

É claro que esse também é um momento para se divertir e conhecer novas pessoas. Mas não deixe que os prazeres dispensáveis tomem todo o seu tempo e dinheiro.

Se você sonha em obter seu diploma em um curso superior e ser um profissional de sucesso, comece a se preparar hoje mesmo. Veja a faculdade como um investimento em si mesmo e não deixe que os custos financeiros dessa educação o desanimem.

Faça o possível para tirar uma boa nota no ENEM e busque um financiamento estudantil que possibilite uma educação de qualidade e garanta uma carreira promissora!

Com este post, esperamos que todas as suas dúvidas sobre o assunto tenham sido respondidas! Aproveite agora para assinar nossa newsletter e ficar por dentro de muitos outros conteúdos como este!