Se por um lado as incertezas e a falta de experiência pesam quando se é jovem, pelo outro ponto de vista eles têm a vantagem de serem flexíveis, inovadores e, de quebra, acreditam que podem fazer a diferença.

A afirmação é da diretora da Psico Store, Martha Zouain. “O jovem de hoje enfrenta realmente a primeira crise econômica, e com isso todas as faixas etárias sofrem. Mas os mais novos estão mais conectados com o futuro, têm contato com ideias de fora do País, são otimistas e as fronteiras físicas não são mais um empecilho”.

Romper fronteiras foi justamente o que fez o universitário Denis Coelho, 26 anos, que sempre se preocupou com questões ambientais. Além de participar de um grupo de estudo sobre novas formas de energia na faculdade UCL, ele fez um intercâmbio para aprender os métodos na Holanda.

“Eu até acho que ser jovem já foi mais difícil, mas a questão ambiental é angustiante. O nosso padrão de consumo não é sustentável ”, disse Denis.

O estudante de Engenharia Civil conta que sempre foi preocupado com questões ambientais. “Estudamos novas formas de energia, mas há uma aflição e até a incerteza se as ideias inovadoras vão para frente com os entraves políticos e financeiros. Mas é preciso também que cada um faça a sua parte”, explicou Denis, que inclusive adotou a dieta vegetariana sob uma consciência mais ampla sobre o consumo de carne.

CRISE

Sobre a crise, Denis acredita que é uma situação passageira. “Essa crise é cíclica, mas acredito que agora a gente precisa mudar os objetivos de todo mundo e repensar algumas posições políticas e sociais e tentar evoluir”.

Confirmando a ideia de que situações de crise vêm e vão, o economista Marcelo Loyola lembra que os jovens vivem hoje dificuldade parecida com a enfrentada na década de 1980, quando, por exemplo, era complicado arrumar um emprego.

Mas Loyola lembra que hoje os jovens devem dar valor à liberdade que conquistaram. Segundo ele, isso é fundamental para a inovação, para o acesso à informação e até para o empreendedorismo.

“Os jovens hoje têm mais liberdade e até mais opções de escolherem o caminho a seguir. É claro que a situação não é favorável em diversos aspectos, mas hoje a gente vê mais jovens empreendendo. É sempre um risco, mas nesses riscos há aprendizados e oportunidades”, disse o economista.

FONTE / reportagem completa: A TRIBUNA – 27 DE MARÇO DE 2016