Deficiência no aprendizado de matemática reduz número de profissionais.
Um engenheiro recém-formado pode ganhar até R$ 5 mil mais benefícios.

Trabalhar em uma empresa de exploração de petróleo e gás, reconhecida mundo afora e que oferece bons salários pode ser um caminho profissional compensador. Nas áreas de mineração e extração de óleo e gás o salário está 58% acima da média nacional, segundo uma pesquisa feita uma grande agência de recrutamento.

Segundo a Petrobras, atualmente a maior procura é para técnico de manutenção, de operação, e de inspeção de equipamentos e instalações. Para quem tem nível superior, a maioria das vagas é para engenharia, principalmente engenheiro de petróleo, de equipamentos, naval, e de processamento, além de geofísicos e geólogos.

Por falar em engenharia, até 2015 o Brasil vai precisar de 300 mil novos profissionais, segundo a Federação Nacional dos Engenheiros. Hoje se formam aproximadamente 38 mil engenheiros por ano, mas para atender as necessidades do mercado, da Copa de 2014 e das Olimpíadas esse número tem que chegar a 60 mil por ano.

Trabalhar nas refinarias, nas plataformas, nos campos de produção de petróleo e gás e nas termoelétricas é o objetivo da maioria dos alunos que fazem parte do Promimp – Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás.

O programa de capacitação é federal, já especializou mais de seis mil profissionais. O curso tem duração de três meses, e pode ser feito durante o dia ou à noite. O aluno recebe uma bolsa de estudos de R$ 600 por mês.

“Esse profissional que é capacitado durante este tempo ele praticamente tem uma porta aberta no mercado de trabalho. Mais de 90% desse pessoal é empregado”, declara Carlos Henrique Figueiredo Alves, diretor geral do Prominp.

Faltam engenheiros principalmente nas áreas civil, mecânica e elétrica. Thiago Medeiros, especialista em recrutamento e seleção, ressalta outros motivos para a falta dessa mão de obra no mercado. “Há dificuldade de encontrar professores nas universidades em função dos salários. Eles optam por trabalhar no mercado, do que formar outros profissionais”, avalia.

Para suprir a falta de profissionais, as empresas estão buscando a mão-de-obra nas universidades e nas escolas técnicas. “Essa é uma iniciativa de curto prazo. O que elas têm feito também é importar profissionais de outros países e também recontratando os profissionais aposentados. Eles ajudam inclusivo no treinamento destes novos profissionais”, comenta.

A falta de profissionais da área de exatas reflete um problema que começa bem cedo: o medo da matemática. Pesquisas mostram que a maioria dos estudantes cursa disciplinas da área de humanas, enquanto o Brasil precisa muito de profissional de exatas. Veja no primeiro vídeo desta reportagem um projeto da Universidade Federal da Bahia, criado para tornar a matemática mais interessante. Em um laboratório, diversos modelos transformam a teoria em prática.

Fonte: Edição do dia 11/03/2013
11/03/2013 10h44 – Atualizado em 11/03/2013 17h54